Subasta 134 Collection Casta Vinhão - Rare and Unique Portuguese Gold Coins
Por Numisma Leilões
9.11.22
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LOTE 2:

Visigodas - Recaredo I (586-601)

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9.11.22 en Numisma Leilões
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Visigodas - Recaredo I (586-601)
Ouro - Tremissis; Olisipona; +RECCɅREÞVSRE’ / +OLISIPOͶɅIVSTVƧ+ (Ƨ horizontal); Miles, CNV 112, Pliego, Ruth. 124, G.Re.01.22; 1,38g; Única; lindo MBC

Este tremissisfoi batido na casa de cunho de OLISIPONA, a actual cidade de Lisboa, pelo rei visigodo Recaredo I, certamente logo no início do seu reinado (586-601). Sob o ponto de vista histórico, a moeda, única efectivamente hoje conhecida, vem esclarecer as muitas dúvidas que se têm colocado sobre se a importante urbe da antiguidade pós-romana teria também emitido moeda do tipo "bustos de frente", escolhido finalmente por Leovigildo cerca do ano de 584, para ser o tipo nacional visigodo, que os seus sucessores continuaram até ao reinado do velho Chindasvinto. Pedro Batalha Reis apresentou no n.° 19 da revista NVMMVS, da SPN, de Dezembro de 1959, um tremissis da segunda fase, ou fase de transição, das emissões em nome de Leovigildo que terão ocorrido entre 579 e 583 caracterizadas por busto à direita e cruz sobre degraus - um tipo copiado das espécies do império de Constantinopla - o qual foi batido com a legenda irregular de ELISSA (pona) FI, e assim atribuído a Lisboa. Todavia - e porque há notícia de as moedas visigodas terem sido muito apreciadas já desde os remotos tempos do rei restaurador D. João IV - um exemplar de Lisboa hoje desconhecido aparece pela primeira vez sucintamente descrito por Manuel de Faria e Sousa, no volume III da obra "Europa Portuguesa", impresso no longínquo ano de 1680. Batalha Reis, no artigo citado acima, contornou esta informação, apelidando a moeda de "falsificações como disse Miles", mas sem traduzir que este autor também diz "ou simplesmente mal lido". De facto, com as legendas dadas por Faria e Sousa de RECARE-DVSREX e OLISBONAPIVS, este espécime desconhecido poderá, porventura, não ser uma invenção mas simplesmente outro exemplar verdadeiro e mal lido, como Miles sugeriu em alternativa.
Na moeda agora oferecida à venda o epíteto de IVSTVS é normal, como será em Faria e Sousa o de PIVS. A oficina de ELVORA usa-o sempre; outras, na Lusitânia, usam-no anteriormente a PIVS, o mais comum. Assim, não devem estranhar-se as formas IVSTVS e PIVS na mesma oficina e no mesmo reinado como se vê em EMINIO. Como se diz acima, o estilo é próprio das moedas do início do reinado de Recaredo I, no que pode ser comparado com a ampla série de EMERITA, onde os primeiros espécimes apresentam no anverso o peito com couraça em forma de escudo, mas característico pelos ombros salientes. O exemplar apresentado é uma peça de raridade única, com significado ímpar na história desta cidade capital. Difícil de aparecer outra vez, está bem legível e em muito bom estado de conservação.